Auto ajuda ou Ajuda do Alto n.1
Leitura bíblica: Hebreus 13.5,6
INTRODUÇÃO
1. O termo “autoajuda” alude ao conjunto de informações e orientações que visam
a possibilitar a alguém a superação de seus problemas emocionais e dificuldades
de ordem prática, ou a conquista de objetivos específicos, por meio dos
próprios recursos mentais e morais da pessoa.
2. A autoajuda — que é também o processo de aprimoramento pessoal por meio dos
próprios recursos mentais e morais, orientado ou não por profissionais ou por
livros especializados — tem o seu valor. Mas seria ela mais eficaz que a Ajuda
do Alto, isto é, o socorro e a direção que vêm do Senhor, o nosso Ajudador?
I. COMO SER UM VENCEDOR?
1. Segundo os autores de autoajuda, o ser humano já nasce vencedor: “Dentre
milhões de espermatozoides, somente um atingiu o óvulo da sua mãe. Você já
nasceu vencedor!” Mas é preciso considerar o que está escrito em Salmos 139.16.
2. Segundo a Bíblia, todos os homens já nascem pecadores e, portanto,
derrotados (Rm 3.23; 5.12; 11.32; Sl 51.5). Mas em Cristo (Ajuda do Alto) somos
mais que vencedores (Rm 8.37). O que diferencia o salvo do pecador é o
“tesouro”, e não o material do “vaso” (2 Co 4.7).
Máximas (equivocadas) de autoajuda ´bíblica´ e
amuletos
Um dos mais apavorantes erros cometidos pelas pessoas que lidam com a
Bíblia é o uso de textos como chavões de autoajuda. E, pior, fora do contexto!
Outros erros: achar que Deus é empregado, ou remédio para dor de cabeça, ou um
investimento bancário que dá retorno percentual maior do que a caderneta de
poupança.
Quando falamos nos chavões de autoajuda equivocada, um exemplo é o uso
inadequado da conhecida citação do Apóstolo Paulo como argumento: “Tudo posso
naquele que me fortalece” (Filipenses 4.13). Com base nisso, não planeja, não é
prudente, não é proativo, não se prepara etc.
Já tive alunos crentes não estudaram durante todo o ano, mas, em dezembro,
começaram a bradar que iriam passar porque, afinal de contas, “tudo posso
naquele que me fortalece”. Também já vi empresários confiantes de que iriam
pagar suas dívidas (que foram contraídas irresponsavelmente) por meio de algum
milagre porque “tudo posso naquele que me fortalece”. Por amor à verdade,
contudo, afirmo que já vi, várias vezes, Deus, em sua misericórdia, dar
soluções miraculosas imerecidas. Deus tem seus planos e seus mistérios e não
nos compete questionar sua misericórdia. Entretanto, ninguém deve contar com
isso para sair por aí cometendo irresponsabilidades. Deus, além de
misericordioso, é justo!
Quem usa esse versículo irresponsavelmente se esquece de ler o verso anterior,
quando Paulo diz que isto significa que ele está pronto tanto para perder, como
para ganhar, tanto para ter riqueza, como para ter nada, tanto para ter
abundância como para estar na miséria. Ele, na verdade, estava dizendo que
“tudo” poderia naquele que o fortalecia, seja tendo ou não coisas materiais.
Paulo afirmou que a relação dele com Deus não dependia de quanto dinheiro ou
sucesso tivesse, ainda que tenha deixado evidente a hipótese de infortúnio. A
Bíblia deixa claro nesse trecho que, para vencermos, precisamos estar
preparados para perder, pois uma derrota eventual só será definitiva se nós
abandonarmos a guerra. Se prosseguirmos, certamente abriremos uma nova possibilidade
de êxito, acumulando a experiência anterior como ensinamento. Se, em uma
batalha, nós perdermos 50 vezes e vencermos na 51ª primeira vez, as cinquenta
derrotas serão o pavimento de uma história de perseverança, pois a vitória, em
qualquer momento, apaga toda uma história de derrotas e humilhações.
Basicamente, o verso diz que podemos não ter sucesso que isso não afetará nossa
relação com Deus. E isso significa praticamente o contrário do uso “autoajuda”
que lhe dão atualmente.
Na mesma linha, muitos dizem “Deus é Fiel” e acham que isso tem um poder mágico
e sanador de todos os erros cometidos. Deus é fiel sim, claro, mas essa
fidelidade também se manifesta em ter mandado conselhos e orientações que estão
na Bíblia e são deixados de lado por alguns de seus seguidores. Os mesmos que
depois ficam querendo milagres, esquecendo que um dos maiores milagres é
concretizado quando uma pessoa resolve seguir os ensinamentos da Bíblia e, com
isso, alcançar os resultados que agir corretamente produz.
Ainda existem as pessoas que colocam a Bíblia aberta em algum lugar como se
fosse um tipo de amuleto, ou que citam versículos aqui e ali, e até nos
documentos da empresa... mas que não seguem o que os versículos ensinam. Ou os
utilizam totalmente fora de contexto. Para muitos, a citação de versos bíblicos
serve apenas para envergonhar o Evangelho, pois não praticam o que falam ou
apenas querem parecer boas pessoas e captar clientes e simpatia. Isso é
lamentável.
A Palavra de Deus existe para ser lida, sorvida, vivida. Ela não pode ser usada
como um amuleto, mas, sim, como um “manual do fabricante”, que nos ensina a
forma correta de agir em todo e qualquer aspecto de nossa vida. E, como deve
ser a todo “manual”, nenhum detalhe pode ser desperdiçado; é preciso ler do
início ao fim, tantas vezes quantas forem necessárias
II. A AUTOAJUDA É ANTROPOCÊNTRICA, E A AJUDA DO ALTO, CRISTOCÊNTRICA
1. Os propagadores da autoajuda asseveram: “Você é vencedor! Quando acordar
pela manhã, diga três vezes: ‘Eu sou vencedor’. Acredite em você”. Tudo gira em
torno do ser humano. A mensagem, portanto, é antropocêntrica.
2. O Evangelho é cristocêntrico (Mc 16.17,18; 1 Co 1.22,23; 2.1-5; 2 Co 2.17).
Ele prioriza a vitória de Cristo, e não a nossa.
a) Cristo venceu o pecado (Jo 1.29; Hb 4.15) — Ele nasceu e viveu sem pecado;
morreu por nossos pecados; e ressuscitou para a nossa justificação.
b) Cristo venceu Satanás (Mt 4.1-11; 1 Jo 3.5,8; Jo 19.30; Cl 2.14,15).
c) Cristo venceu a morte (At 17.30,31; Hb 2.14).
III. A AUTOAJUDA, A AJUDA DO ALTO E OS NOSSOS SONHOS
1. Os propagadores da autoajuda usam muitos bordões ligados a sonhos: “Nunca
deixe de sonhar”, “Ouse sonhar”, etc., sugerindo que tudo, na vida, gira em
torno de nossos projetos e aspirações.
2. De acordo com a Bíblia, podemos sonhar (1 Tm 3.1), mas a vontade de Deus
está acima dos nossos projetos (Pv 16.1; Rm 12.1,2).
a) O sonho (projeto) de Davi.
b) Os sonhos (projetos) de Paulo.
c) Os sonhos (sonhos, mesmo!) de José.
CONCLUSÃO
1. Os livros de autoajuda asseveram: “A vida sem sonhos é monótona, sem brilho.
Ouse sonhar! Reaja! Você pode mudar as circunstâncias. Acredite em você”.
2. Segundo a Bíblia, devemos entregar a nosso caminho ao Senhor (Sl 37.5; 1 Pe
5.7). E Ele cuida de nós espiritual, ministerial, material, física, sentimental
e profissionalmente. Sim, o Senhor é o nosso Ajudador (Hb 13.5,6), e tudo
podemos nEle (Fp 4.11-13).
A
sedução da auto-ajuda - Parte 2
Entendendo o amor próprio à luz da Bíblia
Vivemos
na época do ‘auto’.
Auto-ajuda,
auto-estima, auto-análise, auto-aceitação, auto-afirmação, auto-confiança,
auto-isso e auto-aquilo.
O ego é
o centro das atenções.
O
espetáculo da atualidade.
O senhor
de tudo.
O
remédio para as mazelas.
A
solução para os problemas.
Está
desanimado? Encontre a alegria dentro de você!
Está
deprimido? Aceite-se!
Está
abalado? Afirme-se!
Quer
progredir? Descubra-se!
Quer
prosperidade? A sua mente tem a resposta!
Anseia
felicidade? Confie em você!
Essas
são as receitas para o sucesso: Ame-se. Goste da sua pessoa. Apaixone-se por
você. Adore-se. Descubra-se. Afinal, você é a pessoa mais importante desse
mundo e se você não gostar de si mesmo, quem vai gostar então?
Tais
afirmações estão por todas as partes. Você as lê nas revistas, ouve-as na mídia
e escuta-as principalmente nas palestras de sucesso.
Ela tem
sido difundida, apregoada, utilizada e, finalmente, endeusada.
Martin
& Deidre Bobgan enfatizam que as fórmulas do valor próprio, do amor-próprio
e da auto-aceitação escorrem do tubo da televisão, fluem pelas ondas do rádio e
seduzem através da publicidade. Do berço ao túmulo, os defensores do ego
prometem a cura de todos os males da sociedade por meio de doses de
auto-estima, valor próprio, auto aceitação e amor próprio. E todo mundo, ou
quase todos, repetem o refrão: "Você só precisa amar e aceitar a si
próprio como você é. Você precisa se perdoar", e: "Eu só tenho de
aceitar-me como sou. Eu mereço. Eu sou uma pessoa digna de amor, de
valorização, de perdão."
Ouve-se,
portanto, o ressoar de uma forte voz informando-nos que o nosso problema é não
pensarmos suficientemente bem a nosso próprio respeito; que pensamos pequenos
demais; que temos uma imagem negativa, e que nossa maior necessidade é
elevarmos a nossa auto-estima.
A
proliferação da cultura da auto-estima pode ser facilmente percebida no mercado
editorial. O livro do médico-palestrante-conferencista-escritor-doutor Lair
Ribeiro, “O sucesso não ocorrer por acaso”, por exemplo, está repleto dessas
argumentações. Segundo ele, “somos a força criadora da nossa vida. Comece já a
rescrever sua história com as cores do sucesso, conquistando aquilo que você
realmente deseja”. “Ouse fazer, e o poder lhe será dado!” .
Não é à
toa, portanto, que essa idéia ganha mais e mais adeptos. Ela é sedutora. O
livro acima citado vendeu mais de 1.700.000 (Um milhão e setecentos mil)
exemplares em trinta e cinco países; sem falar de outros best-sellers que
explodem pelo mundo afora, tendo como foco a auto-ajuda e a autonomia pessoal.
Aliás, basta uma olhada na lista dos livros mais vendidos no mercado editorial
para perceber que as obras literárias de maior sucesso são aquelas que abordam
a auto-estima, com receitas de sucesso pessoal e profissional.
Outro
exemplo recente que comprova esse cenário de cultura da auto-estima é o livro
“The Secret” (O segredo), escrito por Rhonda Byrne. A obra, um documentário
transformado em livro, foi um dos maiores fenômenos de vendagem nos últimos
tempos, superando a marca de 4 milhões de exemplares vendidos em dois meses,
posteriormente ao seu lançamento oficial. Pouco tempo depois as vendas chegaram
à casa dos 7.5 milhões, com traduções em 15 idiomas diferentes; graças ao
destaque veículado em respeitados jornais e revistas no mundo todo.
A visão
de que o mundo se enveredou por caminhos tortuosos em busca de sucesso e
realizações, tendo o ego como ponto de partida, é tão patente que até mesmo
alguns dos palestrantes do “desenvolvimento pessoal” reconhecem que a situação
é caótica.
Em
Heróis de Verdade Roberto Shinyashiki escreve que “nunca se viu, em toda a
história da humanidade, um culto ao ego tão exacerbado como o de hoje. As
pessoas – diz Shinyashiki - desenvolvem a necessidade de fingir que sabem tudo,
ganham todas e acertam sempre. Cada vez mais, exige-se que a pessoa mostre o
que não é, fale o que não sabe e exiba o que não tem. Nesse mundo de
ostentação, as pessoas se encontram mas não se relacionam, trabalham mas não se
realizam e, principalmente, vivem sem conhecer a própria alma.”
Não
bastassem tais evidências, as Sagradas Escrituras já haviam predito esse
cenário. O proverbista, antevendo tal contexto, deixou registrado que “há uma
geração cujos olhos são altivos, e as sua pálpebras são sempre levantadas” (Pv.
30.13).
Não
existem dúvidas de que estamos inseridos no meio dessa
geração. Notoriamente, o mundo moderno está envolto numa onda esotérica,
em que o pensamento positivo e a lei da atração apresentam-se como insufladores
do individualismo e do egocentrismo, ao argumento de que por meio do
descobrimento dos seus valores e potencialidades internas o ser humano pode
conseguir tudo quanto queira, sem que haja barreiras capazes de frustrar o seu
intento.
O
apóstolo Paulo, de maneira mais enfática, escreveu ao jovem Timóteo, dizendo:
“Sabe,
porém, isto: Nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; pois haverá homens
amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, desobedientes a pais e
mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores,
incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados,
orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo a aparência
de piedade, mas negando a eficácia de dela. Destes afasta-te.” Timóteo 3.1-5.
Nessa
passagem, fica explícito que um dos sinais dos últimos dias seria a
proliferação do amor próprio (homens amantes de si mesmos), demonstrando
claramente que esse fenômeno, segundo a visão do mundo, não possui nenhuma
aprovação bíblica, como querem alguns. Pelo contrário é a prova cabal de que o
verdadeiro amor se esfriou (Mt. 24.12), e que o mundo jaz no maligno, o qual
cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do
evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus (2Co.4.4).
A
sedução da auto-ajuda - Parte 3
A falácia do ódio pessoal
A idéia
do amor próprio, tal qual é apregoada hoje em dia, já nasce com uma enorme
inconsistência. Os seus defensores partem da premissa de que o homem,
naturalmente, odeia a si mesmo. Pressupõem que o ser humano só não é bem
sucedido porque possui em seu intimo um ressentimento; uma briga pessoal
interna. Seus objetivos de vida, portanto, não são atingidos em virtude dessa
constante auto-depreciação.
A
auto-estima, escreve Lair Ribeiro, “é fundamental na conquista do sucesso. Se
você não gosta de si mesmo, como vai convencer os outros a gostar? Não adianta
se cobrir de ouro, usar roupas finas, se a sua auto-estima estiver baixa. O
problema é que o modo como fomos criados nos leva a não gostar de nós mesmos.
Nossa estrutura nos torna autocríticos demais”.
Isso é
pura falácia. Mentira com aparência de verdade.
O homem não nasce com ódio de si mesmo, muito ao contrário,
somos gerados com o sentimento de afeição e estima natural, afinal, isso é
inerente ao ser humano. O apóstolo Paulo, na epístola aos Efésios, disse:
“Da mesma forma, os maridos devem amar cada uma a sua mulher como a seu próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a Igreja (Ef. 5.28,29, NVI).
Nessa passagem, o apóstolo dos gentios deixa evidente que o homem não odeia a si mesm. Ele parte da constatação de que amamos o nosso próprio corpo, e por isso o alimentamos e dele cuidamos constantemente.
“Da mesma forma, os maridos devem amar cada uma a sua mulher como a seu próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a Igreja (Ef. 5.28,29, NVI).
Nessa passagem, o apóstolo dos gentios deixa evidente que o homem não odeia a si mesm. Ele parte da constatação de que amamos o nosso próprio corpo, e por isso o alimentamos e dele cuidamos constantemente.
A naturalidade do amor próprio, aliás, foi abordado por Jesus.
Ele disse:
"Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mateus 22:39).
Esse é um texto que vez ou outra é interpretado de modo equivocado a fim de fundamentar a supervalorização do ego, com o raciocínio de que o homem precisa buscar o amor próprio, pois, foi Cristo quem o disse. Ocorre que o foco dessa mensagem não é a busca da auto-estima, mas sim o amor ao próximo, erigido como o segundo grande mandamento, sendo o primeiro “amar a Deus sobre todas as coisas”.
"Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mateus 22:39).
Esse é um texto que vez ou outra é interpretado de modo equivocado a fim de fundamentar a supervalorização do ego, com o raciocínio de que o homem precisa buscar o amor próprio, pois, foi Cristo quem o disse. Ocorre que o foco dessa mensagem não é a busca da auto-estima, mas sim o amor ao próximo, erigido como o segundo grande mandamento, sendo o primeiro “amar a Deus sobre todas as coisas”.
Existe
uma enorme diferença entre “amar a si mesmo” e “amar ao próximo como a ti
mesmo”. Não é possível confundi-las. Na primeira hipótese temos o próprio
indivíduo como objeto do amor, já na segunda, o objeto é o próximo. A
divergência reside no fato de que na admoestação de Cristo o amor (agapaõ) do
homem por si mesmo é considerado como parte da sua natureza, cuja busca se faz
desnecessária, onde o mesmo é suscitado basicamente para funcionar como a
medida de afeição que deve ser empregado em relação àqueles que nos cercam.
Dave
Hunt explica claramente esse assunto:
Lingüisticamente,
em toda a Bíblia, o termo agapao é sempre dirigido aos outros, nunca a mim
mesmo. O conceito de amor-próprio não é o tema do Grande Mandamento, mas apenas
um qualificativo. Quando Jesus ordena amar a Deus “de todo o teu coração, de
toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força” (Mc 12.30),
Ele enfatiza a natureza abrangente desse amor agapao (amor-atitude, que vai
além da capacidade do homem natural, sendo possível exclusivamente pela graça
divina). Se Ele usasse as mesmas palavras para o amor ao próximo, estaria
encorajando-nos à idolatria. Contudo, para o grau de intensidade de amor que
devemos ao próximo, Ele usou as palavras “como a ti mesmo”.
Jesus
não nos ordenou a amar a nós mesmos. Ele não disse que havia três mandamentos
(amar a Deus, ao próximo e a nós mesmos). Ele apenas afirmou: “Destes dois
mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mt 22.40). O amor-próprio já
está implícito aqui – ele é um fato – não uma ordem. Nenhum ensino nas
Escrituras diz que alguém já não ama a si mesmo. Paulo afirma: “Porque ninguém
jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também
Cristo o faz com a igreja” (Ef 5.29). Os cristãos não são admoestados a amar ou
a odiar a si mesmos. Amor-próprio, ódio-próprio (que é simplesmente uma outra
forma de amor-próprio ou preocupação consigo mesmo), e auto-depreciação
(possivelmente uma desculpa para culpar a Deus por não conceder ao ego maiores
vantagens pessoais), são atitudes centradas no eu. Os que se queixam da falta
de amor-próprio geralmente estão insatisfeitos com seus sentimentos,
habilidades, circunstâncias, etc. Se realmente odiassem a si mesmos, eles
estariam alegres por serem miseráveis. Todo ser humano ama a si mesmo.
Em toda a Escritura, e particularmente dentro do contexto de
Mateus 22, a ordem é dirigir aos outros todo o amor que o indivíduo tem por si.
Não nos é ordenado que amemos a nós mesmos. Já o fazemos naturalmente. O
mandamento é que amemos os outros como já amamos a nós mesmos. A história do
Bom Samaritano, que segue o mandamento de amar o próximo, não só ilustra quem é
o próximo, mas qual é o significado da palavra amor. Nesse contexto, amor
significa ir além das conveniências a fim de realizar aquilo que se julga ser
melhor para o próximo. A idéia é que devemos procurar o bem dos outros do mesmo
modo como procuramos o bem (ou aquilo que podemos até erradamente pensar que
seja o melhor) para nós mesmos – exatamente com a mesma naturalidade com que
tendemos a cuidar de nosso bem-estar.
Portanto, independente da compreensão que se tenha dessa passagem bíblica, a verdade insconstestável é que o homem ama a si mesmo, do contrário Cristo teria dito: “Não odieis o próximo como a ti mesmo”.
Portanto, independente da compreensão que se tenha dessa passagem bíblica, a verdade insconstestável é que o homem ama a si mesmo, do contrário Cristo teria dito: “Não odieis o próximo como a ti mesmo”.
Ao
abordar essa temática, Dave Hunt diz que esse fundamento (o homem odeia a si
mesmo) é, em sua essência, inverídico. Segundo ele, é óbvio que há um grande
número de pessoas que expressam graus variados de auto-depreciação. Porém, é
fácil perceber que na realidade tais pessoas não odeiam a si mesmas. Aqueles
que dizem: “Eu sou tão feia que eu me odeio!”, não se odeiam de verdade; caso
contrário eles mesmos estariam contentes por serem feios (Afinal eles não se
odeiam?). É exatamente porque amam a si mesmos que ficam perturbados com suas
aparências e com a maneira pela qual as demais pessoas reagem a eles.
Hunt diz
ainda que a pessoa que geme em meio à depressão e diz que se odeia por ter
desperdiçado sua vida estaria de fato feliz por ter desperdiçado a sua vida,
caso se odiasse de verdade. O fato é que a razão a de estar infeliz por ter
desperdiçado a sua vida é seu amor a si mesma. O criminoso aparentemente
carregado de remorso, que diz odiar-se pelos crimes que cometeu, deveria então
estar feliz pelo próprio sofrimento na prisão. No entanto, espera escapar a
esse destino, o que prova que ele se ama. Assim acontece com a pessoa que tira
a própria vida. A maior parte dessas pessoas considera o suicídio uma fuga; mas
quem ajuda alguém a quem odeia, a fugir? O suicídio é o ultimo ato do ego
tentando escapar às circunstâncias sem consideração alguma por qualquer outra
pessoa”.
A
pessoa, portanto, que se deprecia constantemente, não se odeia de fato,
tampouco tem uma auto-imagem inferior; ao reverso, ela está simplesmente
informando aos demais que seu desempenho não está em conformidade com os
padrões que ela mesma estabeleceu para si. Isso, evidentemente, não é um
sintoma de auto-estima deficiente, no sentido reverso, é o outro lado da moeda
do orgulho.
A.W. Tozer explica que a auto-depreciação é ruim pelo simples
fato de que o ego está ali para ser depreciado. O ego, quer se exalte, quer se
deprecie, não pode ser qualquer outra coisa senão detestável para Deus. A
vanglória é então a prova de estarmos satisfeitos com nosso ego; a
auto-depreciação, ao contrário, é a prova de que estamos desapontados com ele.
Em qualquer um das formas revelamos que temos uma opinião muito positiva a
nosso próprio respeito.
A auto-depreciação é, em outras palavras, o grito de lamúria do homem, que se ama na sua essência (lembremos das palavras de Paulo), e que não conseguiu atingir o ápice de seus desejos, projetos ou sonhos. Caso o homem realmente não se amasse, a humanidade estaria completamente dizimada; assassinadas pelos seus próprios “eus”.
NOTAS
A auto-depreciação é, em outras palavras, o grito de lamúria do homem, que se ama na sua essência (lembremos das palavras de Paulo), e que não conseguiu atingir o ápice de seus desejos, projetos ou sonhos. Caso o homem realmente não se amasse, a humanidade estaria completamente dizimada; assassinadas pelos seus próprios “eus”.
NOTAS
RIBEIRO, Lair: O sucesso não ocorre por acaso. Editora Leitura.
Belo Horizonte/MG. 2002; pag. 35.
HUNT, Dave; MACMAHON, T.A: A sedução do cristianismo – discernimento espiritual no últimos dias. Chamada da meia-noite. Tradução de Carlos Osvaldo Pinto. Porto Alegre/RS. 1995; pg. 212.
Idem.
HUNT, Dave; MACMAHON, T.A. pg. 213.
TOZER, A. W., citado por HUNT, Dave; MACMAHON, T.A: A sedução do cristianismo – discernimento espiritual no últimos dias. Chamada da meia-noite. Tradução de Carlos Osvaldo Pinto. Porto Alegre/RS. 1995; pg. 212.
HUNT, Dave; MACMAHON, T.A: A sedução do cristianismo – discernimento espiritual no últimos dias. Chamada da meia-noite. Tradução de Carlos Osvaldo Pinto. Porto Alegre/RS. 1995; pg. 212.
Idem.
HUNT, Dave; MACMAHON, T.A. pg. 213.
TOZER, A. W., citado por HUNT, Dave; MACMAHON, T.A: A sedução do cristianismo – discernimento espiritual no últimos dias. Chamada da meia-noite. Tradução de Carlos Osvaldo Pinto. Porto Alegre/RS. 1995; pg. 212.
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